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Reciclagem falha: Rio reaproveita apenas 3% dos detritos recolhidos

16/04/2024

Em tempos de preocupação com o meio ambiente e o futuro do planeta, o Rio ainda aproveita uma quantidade muito pequena do lixo que recolhe diariamente. Dados da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema) revelam que, em média, o país reaproveita 3% de todo o seu lixo, incluindo resíduos de obras, e o Rio está dentro desse patamar, segundo a entidade.
O percentual, no entanto, poderia ser muito maior. Em 2021, uma pesquisa por amostragem feita pela própria Comlurb, a pedido do Tribunal de Contas do Município (TCM-RJ), revelou que 36,71% do lixo doméstico e do material recolhido nas vias públicas teriam potencial para ser reaproveitados, pois são itens como papel, vidros e recipientes plásticos, mas acabam descartados nos aterros.
Outro lado do problema envolve o lixo reciclado, disputado por catadores informais que se antecipam à coleta oficial e, ao separar o material para revenda, muitas vezes abandonam no chão o que não podem aproveitar. Materiais como papelão, latas de alumínio, plástico e vidro só deveriam ser manipulados em instalações da Comlurb, onde catadores de cooperativas credenciadas fazem a triagem final:
— É uma questão social. O último censo da prefeitura sobre população em situação de rua (2023) indicou que, em um universo de 7.242 pessoas, cerca de 40% (2,9 mil) declaram trabalhar como catadores — explicou o coordenador da coleta seletiva da Comlurb, Édson Saint Roman.
Uma iniciativa adotada para tentar reduzir o despejo irregular perdeu força. Quem joga lixo na rua está sujeito a multas que começam em R$ 282,23 e podem passar de R$ 10 mil, conforme o volume. Na teoria. A inadimplência do programa Lixo Zero só aumenta. Em 2013 era de 40%. Em 2023 alcançou 81%.
Para a Comlurb, um dos maiores desafios na limpeza da cidade é o comportamento da população. Uma iniciativa de longo prazo que busca reverter esse cenário é o programa de educação ambiental que a empresa mantém nas escolas da rede pública e nas comunidades. Entre os despejos irregulares, o mais difícil de evitar e resolver é o de entulho de construções clandestinas abandonado em áreas controladas pelo tráfico e pela milícia.
O presidente da Comlurb, Flávio Lopes, afirmou que a prefeitura adota uma série de estratégias para tentar reduzir o lixo descartado indevidamente nas comunidades. Desde 2022, já foram inaugurados mais de 50 ecopontos para que os moradores possam deixar seu lixo.
— Um dos problemas nas comunidades é que as pessoas não têm espaço em suas casas para acomodar o lixo. E nem sempre o descarte é feito de maneira adequada — explicou.
Na semana passada, a Comlurb começou a fazer a coleta nas ruas internas de condomínios de baixa renda da Zona Oeste. Além disso, estão sendo distribuídos 2,2 mil contêineres plásticos de 1.200 litros na cor laranja. A expectativa é que a quantidade de sacolas cheias de detritos deixadas nas ruas seja reduzida.
Sobre as reclamações de moradores de outras áreas da cidade a respeito dos horários imprevisíveis da passagem dos caminhões de coleta, Lopes atribuiu o problema aos engarrafamentos:
— A coleta domiciliar tem horário, mas às vezes o problema é o trânsito. Nas áreas onde foram implantados corredores de BRS, por exemplo, essa coleta só pode ser feita à noite, para não obstruir a via.
Em outra frente, a prefeitura planeja implantar uma central de reciclagem de entulho perto do Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste. Das 9,5 mil toneladas diárias de lixo produzidas pela população, 2,5 mil toneladas são de resíduos de construção civil.
Um bom exemplo de práticas de reciclagem vem de Florianópolis, em Santa Catarina, que aparece em ranking anual da Abrema (2023) como a cidade com mais de 250 mil habitantes que dá melhor destino aos seus resíduos. Nesse levantamento, o Rio não entrou porque os dados não estavam disponíveis no período de coleta.
Segundo a gerente de planejamento da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da capital de Santa Catarina, Daiana Bastezini, a cidade reciclou 253,5 mil toneladas no ano passado, o equivalente a 13,61% do total de lixo gerado na cidade.
Desde o fim do ano, as cooperativas de catadores de Florianópolis, além de venderem os reciclados, passaram a contar com uma espécie de subsídio proporcionado pelos materiais separados em centrais de reciclagem. A previsão é que recebam uma verba em torno de R$ 1,1 milhão por ano. Há também um programa voltado para transformar resíduos orgânicos em adubo, conhecido como “Minhoca na Cabeça”. Desde 2018, 1,8 mil famílias já receberam caixas com terra preparada para fazer o tratamento. Esse programa ajuda no desenvolvimento de hortas comunitárias.

Fonte: O Globo

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