21/09/2017
Um ano depois da Olimpíada do Rio, o campo de golfe, um dos capítulos mais polêmicos do evento, continua dando o que falar. Grupos que se mobilizaram contra sua construção marcaram novo protesto para hoje, às 15h, em frente ao COB. Reivindicando que o terreno volte à condição de área de proteção ambiental, os manifestantes querem aproveitar a onda de denúncias contra agentes envolvidos em sua criação para trazer o assunto novamente à tona. Entre as denúncias estão o processo movido pelo Ministério Público por crime ambiental, no qual o ex-prefeito Eduardo Paes é um dos réus, e a investigação da Lava-Jato sobre o presidente do COB, Carlos Nuzman.
Em dezembro de 2014, jovens ativistas e ambientalistas montaram um acampamento em frente ao terreno que viria a ser transformado no campo de golfe olímpico. O movimento, batizado de Ocupa Golfe, denunciava a estratégia usada pela prefeitura para fazer aprovar uma lei que alteraria os parâmetros de proteção ambiental da área, de cerca de 58 mil m², permitindo uma obra daquela natureza no local.
Diante das denúncias recentes, os manifestantes têm, agora, a esperança de que o terreno do campo de golfe volte a ser público. O protesto de hoje, dizem, é só a primeira ação com este objetivo.
- Dentro da área havia um parque ecológico, que virou campo de golfe sem estudo de impacto ambiental. Queremos que a área vire parque de novo. A prefeitura não cumpriu a promessa de recuperar o terreno, e o sucateamento do campo é evidente — afirma o biólogo Marcello Mello, um dos participantes dos grupos Ocupa Golfe e Golfe Para Quem?.
Em abril, o conselho gestor do Parque de Marapendi, criado no início deste ano, realizou uma vistoria no campo. Na ocasião, os membros do conselho, formado por representantes da sociedade civil, do Ministério Público e da prefeitura, constataram problemas no local, como a existência de espécies invasoras.
— As áreas não estavam sendo mantidas em bom estado, e não estavam em estágio de recuperação — afirma Vera Zamith, bióloga do Grupo Ação Ecológica e membro do conselho consultivo.
Segundo manifestantes, o campo olímpico foi feito para favorecer os empreiteiros que estão construindo um condomínio de luxo ao lado do equipamento. Em resposta, a prefeitura afirmou, na época, que o terreno destinado ao campo estava degradado e que, em contrapartida, um parque chamado Nelson Mandela seria instalado perto dali.
Um ano depois, o Nelson Mandela não saiu do papel, e o processo do Ministério Público que investiga dano ambiental na obra avança. Ainda há outra investigação do MP sobre suposto favorecimento econômico às construtoras responsáveis pelo Riserva Golf. E o presidente do COB, Carlos Nuzman, teve que prestar depoimento à Polícia Federal no âmbito de uma investigação sobre compra de votos para favorecer a eleição do Rio como cidade-sede da Olimpíada.
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