16/11/2017
A redução da taxa de desmatamento da floresta amazônica, anunciada às vésperas da Conferência do Clima (COP23), rendeu um reforço de caixa ao Brasil. Paralelamente às negociações climáticas em Bonn, foram anunciadas nesta terça-feira (14) doações internacionais que chegam a meio milhão de reais.
Da Alemanha, país anfitrião, virão cerca de R$ 235 milhões adicionais para Brasil. Um pouco mais da metade irá para o Fundo Amazônia, com o qual os alemães colaboraram com R$ 28 milhões desde 2010. O valor restante vai financiar projetos de manejo sustentável de florestas no Acre e Mato Grosso.
Esses estados brasileiros, que perderam respectivamente 13% e 40% de suas matas nativas, vão receber também R$ 185 milhões do Reino Unido. O país, que faz ajustes internos para se separar da União Europeia, alocou ainda 82 milhões de reais para projetos florestais no Brasil, na Colômbia e no Peru.
Da Noruega, maior doadora do Fundo Amazônia, nenhum centavo a mais. Vidar Hegelsen, ministro norueguês do Meio Ambiente, classificou de "positiva" a queda de 16% na taxa de desmatamento da Floresta Amazônica entre agosto de 2016 e julho deste ano. Em junho último, ele havia criticado a política ambiental do Brasil que, logo na sequência, viu o repasse de verbas norueguesas cair.
O ministro brasileiro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, saudou os contratos de cooperação firmados. "Alemanha e Noruega valorizam os esforços de combate ao desmatamento por meio do Fundo Amazônia, que é um importante vetor de políticas ambientais na região", afirmou.
Nos últimos meses, recursos do Fundo Amazônia ajudaram a custear veículos e outros equipamentos usados por agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Cacique Raoni, líder da etnia caiapó, viajou a Bonn e acompanhou os anúncios das novas doações para combater o desmatamento. Com uma idade estimada em 88 anos, o líder de populações indígenas de Mato Grosso está acostumado a grandes plateias e autoridades internacionais.
Ele diz se alegrar com a cooperação internacional, mas ressalta que o maior problema tem que ser tratado dentro do Brasil. "O que acho mais importante para os povos indígenas é a terra. A gente precisa de terra demarcada", afirma.
A matéria pode ser lida no G1
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