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Retrocesso ambiental brasileiro cobrará preço na economia, dizem especialistas

13/12/2018

Dono da maior floresta tropical do planeta e segundo maior produtor de commodities, o Brasil é um dos protagonistas globais no combate às mudanças climáticas. Abster-se desse papel, como o futuro governo ameaça fazer ao anunciar políticas regressivas em relação ao meio ambiente, traria graves consequências ao país, inclusive econômicas.
Essa foi a conclusão de um painel da 24ª Conferência do Clima (COP24) — sediada em Katowice, na Polônia— que discutiu na tarde desta quinta o cenário atual do meio ambiente no país e as implicações de um eventual retrocesso nas políticas ambientais.
Uma das participantes da mesa, Ane Alencar, diretora científica do Ipam (Instituo de Pesquisa Ambiental da Amazônia), apresentou dados de desmatamento. Ela afirmou que 68% do território nacional ainda conservam vegetação original e que, entre 1985 e 2017, a redução dessa vegetação foi de 9%.
O Brasil é o sétimo maior emissor de gases causadores do efeito estufa; 70% dessas emissões vêm de áreas rurais, por conta do desmatamento ou do uso para agropecuária — 29% do território do país é ocupado pela agricultura e pecuária.
— A boa notícia é que nosso índice de emissão está estável há dez anos. — A boa notícia é que nosso índice de emissão está estável há dez anos. A maioria das nossas emissões (71%) está ligada ao agronegócio. Precisamos de vontade política e de engajamento da sociedade e do mercado para não aumentarmos. É preciso que o agronegócio se apresente como um setor do século 21, que não quer ter nada a ver com o desmatamento e com os especuladores de terra da Amazônia e do Cerrado.
Outro palestrante, Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima, lembrou que o Brasil sempre esteve entre os pioneiros nas discussões sobre mudanças climáticas, e que o próximo governo já deu sinais de que vai abandonar essa agenda, como ao recusar sediar a próxima Conferência do Clima da ONU (COP 25), em novembro de 2019.
— Há uma mensagem clara da ciência de que precisamos acelerar o ritmo de redução de emissões, assim como o de financiamento para os países mais pobres. Brasil é um grande emissor, poderia se beneficiar das políticas de mitigação, que beneficiariam a economia. O novo governo ainda não entendeu isso. Referiu-se aos que querem proteger as florestas como um problema que precisa ser removido. Isso é muito preocupante. Desmatar não é solução econômica, cobra um preço caro.
Rittl disse que o antagonismo que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, vê entre conservacionismo e desenvolvimento econômico não tem amparo nos fatos. Ele lembrou que entre 2004 e 2012 o país teve reduções no deflorestamento, num período de crescimento econômico.

A matéria na íntegra pode ser lida em O Globo

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