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Pesquisa realizada na Uerj apresenta o "DNA” isotópico da lama que contaminou o Rio Doce

18/06/2019

Resultados de pesquisa coordenada pelo geólogo Claudio Valeriano, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), publicados em maio passado na revista acadêmica Applied Geochemistry, pela primeira vez apresentam o “DNA” isotópico da lama que contaminou a bacia do Rio Doce em decorrência do rompimento da Barragem do Fundão, propriedade da Samarco Mineração, controlada pela Vale e pela BHP Billiton, ocorrido em Mariana (MG), em novembro de 2015. Segundo o pesquisador, o desastre lançou mais de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro no ambiente, contaminando toda a extensão do Rio Doce e ocasionando óbitos. Todo o povoado de Bento Rodrigues foi dizimado, a captação de água para abastecimento de várias localidades foi proibida, houve danos irreversíveis à pesca artesanal e à agricultura, gerando enorme impacto socioeconômico e ambiental. ”A mineradora sempre colocou em dúvida se os metais pesados encontrados na bacia do Rio Doce eram dos rejeitos da lama da barragem. Isto porque, realmente, o rio já estava poluído e a lama se misturou a outros sedimentos. Os novos resultados poderão resolver a questão no futuro, a depender dos resultados isotópicos dos sedimentos que estão sendo coletados na região de Abrolhos”, explica o pesquisador.
O estudo foi conduzido no Laboratório de Geocronologia e Isótopos Radiogênicos (Lagir), da Faculdade de Geologia, em colaboração com o professor Heitor Evangelista, do Instituto de Biologia (Ibrag), ambos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), e com pesquisadores do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem) e da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). Cientista do Nosso Estado, da FAPERJ, Valeriano coletou amostras da lama depositada às margens do córrego Santarém e dos rios Gualaxo do Norte e Carmo, afluentes do Rio Doce, por 80 quilômetros de extensão a partir do local do acidente, passando pelo povoado de Bento Rodrigues até a localidade de Barra Longa.
Segundo o pesquisador, os equipamentos do Lagir mediram a composição isotópica de neodímio (Nd) e estrôncio (Sr) existente na lama com os rejeitos da mineração da Samarco, que possuem uma assinatura isotópica peculiar, com o mesmo “DNA” do minério de ferro utilizado pela mineradora. “A composição isotópica da lama tem especial utilidade no rastreamento deste poluente, que vem preocupando ambientalistas pela sua potencial ameaça aos ecossistemas marinhos adjacentes à foz do Rio Doce, especialmente devido à presença de metais pesados como mercúrio e arsênico”, garante Valeriano. O estudo passou a ser uma importante ferramenta para detectar a presença da lama, a partir de Barra Longa até a foz do Rio Doce, e novas amostragens e análises estão em andamento.

Para saber mais sobre o Lagir acesse o site da Faperj

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