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Pesquisa compara emissões de veículos híbridos e elétricos no Brasil

30/04/2024

O movimento Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil (MBCB) divulgou na última terça-feira, 23 de abril de 2024, os resultados do estudo ‘Trajetórias Tecnológicas mais Eficientes para a Descarbonização da Mobilidade’, realizado pela LCA Consultores e MTempo Capital.
A pesquisa inédita aponta o potencial do Brasil em se tornar protagonista na transição para um setor de transporte com menor emissão de carbono, incentivando o uso de soluções limpas disponíveis e considerando tecnologias renováveis emergentes, ao mesmo tempo em que deixa claro o impacto socioeconômico da transição energética.
“O levantamento não pretende indicar rotas ‘vencedoras’, respeita as estratégias das empresas e as preferências dos consumidores e almeja que todas as alternativas de descarbonização da mobilidade sejam competitivas e possam conciliar sustentabilidade ambiental, social e econômica”, assinala o professor Luciano Coutinho, sócio da MTempo Capital.
O levantamento partiu de três diferentes cenários para a eletrificação da frota veicular brasileira: o status quo (cenário de controle), onde não há mudanças estruturais na configuração atual dos carros, e outros dois cenários em que há uma convergência para o padrão global de eletrificação, um com ênfase nos veículos híbridos (HEV) e outro cenário com a prevalência dos veículos elétricos puros (BEV). Apesar de trazer um impacto importante, a mudança de modais não foi incluída nos possíveis cenários.
A partir dessas premissas, foram estabelecidas hipóteses que permitiram projetar a composição da frota nos anos de referência e fornecer uma base para se compreender os possíveis caminhos de eletrificação da frota e seus resultados em termos das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e dos impactos associados na indústria, economia, geração de empregos e renda.
Uma análise comparativa das emissões de veículos leves e pesados revela diferenças significativas. Enquanto os leves, que respondem por cerca de 94% da frota nacional, já incorporam tecnologias de baixo carbono, como o uso de etanol, a descarbonização dos veículos pesados torna-se uma prioridade urgente. Com cerca de 6% da frota, os pesados são responsáveis por cerca de 57% das emissões de gases de efeito estufa (GEE).
Neste sentido, é necessário incentivar e acelerar a introdução de tecnologias alternativas – como veículos elétricos à bateria para caminhões leves/médios que percorrem curtas distâncias e motores movidos a biodiesel, gás ou hidrogênio de baixa emissão para caminhões mais pesados. Diante desse cenário, políticas públicas direcionadas à renovação da frota e à promoção de tecnologias mais limpas são essenciais para mitigar os impactos ambientais do setor de transporte.
“Este é um passo crucial em direção a uma mobilidade sustentável e inovadora para o Brasil. Estamos empenhados em impulsionar a transição para tecnologias de baixo carbono, protegendo o meio ambiente e fomentando o emprego e a renda”, destaca Aroaldo Oliveira da Silva, Presidente da IndustriALL-Brasil e membro do Conselho do MBCB.
O debate em torno da descarbonização do transporte no Brasil passa por uma discussão complexa sobre as etapas do ciclo de vida dos veículos consideradas na apuração das emissões de carbono. A metodologia atualmente adotada no Brasil, denominada de ‘poço à roda’, considera as emissões de CO2 na produção dos combustíveis e no uso do veículo nas ruas.
A literatura internacional especializada recomenda a medida de emissões no ciclo de vida completo dos veículos compreendendo, além do seu uso, todas as etapas de produção e de suas partes e peças, incluindo as etapas de extração e beneficiamento de minérios; a produção dos combustíveis e o descarte apropriado dos veículos e baterias, resultando em uma medida chamada de ‘berço ao túmulo’.
O estudo traz em suas simulações, além das medidas do ‘poço à roda’, medidas de emissão com base no ciclo do ‘berço à roda’, incorporando as etapas de produção, conforme figura abaixo. Sob esta última perspectiva, mais ampla, os veículos híbridos surgem como uma solução ambientalmente favorável, quando alimentados exclusivamente com etanol.
É importante ressaltar que para este cenário, além da adoção de veículos híbridos é necessário que os veículos híbridos oferecidos ao mercado brasileiro tenham motores flex (que podem ser abastecidos com gasolina e etanol) e que o consumidor passe a optar pelo etanol em 100% dos casos. Hoje apenas cerca de 38% dos motoristas optam pelo etanol como principal combustível.
De acordo com o estudo, se esse índice saltasse para 64% de 2030 a 2050, seria possível equiparar as emissões globais do cenário convergência global-híbridos às do cenário 100% elétricos, mesmo considerando a medição atual e mais restrita, do poço à roda.
Estes resultados indicam o potencial de descarbonização dos biocombustíveis, soluções já disponíveis no país, de uma forma mais rápida e de baixo custo, uma vez que ocorreria mesmo sem mudanças relevantes na composição da frota atual de veículos – cuja renovação leva muito tempo, ainda em países como o Brasil, com baixo poder aquisitivo de parcela expressiva da população motorizada.
De acordo com o estudo encomendado pela MBCB, movimento formado pelas principais montadoras do país, empresas do setor sucroenergético e de biogás, indústrias de autopeças, pós-venda, associações de tecnologia e engenharia e sindicatos de trabalhadores, os veículos híbridos emergem como líderes em termos de impacto econômico positivo para o país.

A reportagem completa pode ser lida no CicloVivo

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