
19/08/2025
Do interior paulista às florestas do Paraná, do litoral cearense às ilhas fluminenses, histórias reais demonstram como a ligação íntima com a natureza pode se transformar em modelo de negócio, projeto comunitário ou ato educativo diário. Iniciativas que unem geração de renda e proteção ambiental: atraem visitantes para contemplar aves na Mata Atlântica, garantem a rastreabilidade de um produto símbolo paranaense, transformam redes de pesca descartadas em design artesanal e estimulam o turismo responsável no Nordeste. São negócios e projetos sustentáveis que geram impactos positivos que vão além do lucro.
De acordo com o Mapa de Negócios de Impacto Socioambiental, o universo do empreendedorismo socioambiental focado em soluções verdes aumentou de 49% para 53%, entre 2021 e 2023. Elaborado pela Pipe.Social e pelo Quintessa, o estudo aponta que muitas dessas iniciativas vão além da preservação ambiental, integrando negócios de impacto positivo e cidadania, envolvendo famílias locais e transformando comunidades.
Com atuação direta no apoio a mais de 1,8 mil iniciativas de conservação do patrimônio natural brasileiro, a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, no ano em que completa 35 anos, promove uma jornada que convida toda a população a se reconectar com a natureza, compreender a sua importância e assumir o compromisso com a conservação. “Mais do que inspirar mudanças individuais, cuidar da natureza fortalece comunidades, cria oportunidades econômicas e protege a vida em todas as suas formas. Neste ano especial, nossas ações têm mostrado a importância de estarmos On com a natureza, porque sem ela não há futuro”, destaca a diretora executiva da instituição, Malu Nunes.
Incentivar a conexão com a natureza é o ponto de partida para o crescimento de negócios e iniciativas ambientais. Confira a seguir histórias que contam com o apoio da Fundação Grupo Boticário e podem inspirar novos caminhos para uma economia mais justa e regenerativa.
Entre Juquitiba e Miracatu, no interior paulista, o Sítio Espinheiro-Negro é hoje um destino de ecoturismo e observação de aves. Mas seu passado foi bem diferente: cenário de desmatamento, grilagem e desmanche de veículos.
Em 2011, Jô Bernardes e Jiri Trnka compraram a propriedade com o desejo de viver em meio à Mata Atlântica e preservá-la. Com o tempo, a exuberância da floresta e a riqueza de aves despertaram um compromisso mais profundo com a conservação. “O dia aqui começa ainda escuro, preparando frutas para os pássaros. Mas a conexão se dá quando ouço os primeiros piados das Saíras multicoloridas chegando para sua primeira refeição do dia”, conta Jô.
Um post despretensioso com fotos de aves chamou a atenção de observadores, que, em 2014, visitaram o local e abriram caminho para uma nova fase: o turismo de observação. O sítio ganhou restaurante, suítes, biblioteca e trilhas planejadas com cuidado ambiental, consolidando-se como hotspot para birdwatching e referência em conforto sustentável — tudo alinhado ao ecoturismo que gera renda e mantém a floresta em pé.
No Paraná, o desafio era outro. Embora a erva-mate seja um símbolo cultural e econômico do estado, gerando renda para mais de 100 mil pessoas, a produção declina em regiões distantes da indústria de beneficiamento, deixando de ser viável para pequenos produtores.
A resposta veio com o SEM²: Secador de Erva-Mate Móvel, um secador compacto, eficiente e inspirado nos saberes tradicionais, que permite processar até 500 quilos por dia diretamente na propriedade. Isso reduz custos, fortalece o produtor familiar e valoriza os terroirs da floresta.
“A virada para mim foi perceber que a cadeia do alimento podia ter impacto ambiental, social e cultural. A erva-mate é regenerativa por natureza: cresce sob a sombra das araucárias, preserva a biodiversidade e protege as águas. Consumir erva-mate de forma sustentável ajuda a regenerar o planeta”, conta o criador do SEM², Luiz Mileck, que idealizou o projeto durante um programa de inovação conduzido pela Fundação Grupo Boticário.
Além de gerar renda, a iniciativa evita o desmatamento e resgata uma tradição que é parte da identidade regional.
A reportagem na íntegra pode ser lida no CicloVivo

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