
18/09/2025
A Austrália gastará US$ 6 bilhões (cerca de R$ 31,8 bilhões) em adaptação climática até 2030, enquanto se prepara para ameaças de desastres naturais causadas pelo aquecimento global. A promessa foi feita pelo governo do país em dois relatórios relacionados ao clima publicados nesta segunda-feira (15).
O dinheiro é destinado à mitigação de enchentes, à conservação de áreas florestais, ao apoio ao setor agrícola na transição para zero emissões líquidas e à gestão dos impactos à saúde em toda a sociedade, entre outros, de acordo com o Plano Nacional de Adaptação.
O documento foi divulgado juntamente a um outro relatório que mostrou que o país corre o risco de perder 40 bilhões de dólares australianos (cerca de R$ 141,6 bilhões) por ano devido às mudanças climáticas.
"Nenhuma comunidade australiana estará imune" a ondas de calor mortais, inundações, ciclones, secas e incêndios florestais, disse o Ministro das Mudanças Climáticas e Energia, Chris Bowen, na divulgação dos relatórios.
Os documentos surgem no momento em que a Austrália se prepara para publicar suas metas de emissões para 2035 e se candidata a ser uma das sedes da COP, principal conferência climática das Nações Unidas no, próximo ano. Grupos ambientalistas têm pressionado para que as novas metas sejam muito mais ambiciosas, à medida que o país enfrenta desastres consecutivos que já custam bilhões a cada ano.
Um dos maiores emissores per capita do mundo e um grande exportador de combustíveis fósseis, a Austrália precisa reduzir suas emissões em 71% até 2035 se quiser atingir taxa zero até meados do fim do século.
"Cada grau de aquecimento que evitarmos agora ajudará as gerações futuras a evitar os piores impactos nos próximos anos", acrescentou Bowen, apontando para o declínio das emissões do país e o investimento recorde em energia limpa.
Alguns desses impactos já são evidentes. Chuvas torrenciais provocaram inundações generalizadas na costa leste do país no início deste ano, matando cinco pessoas e destruindo rebanhos e casas.
Os impactos futuros incluem mais de 1,5 milhão de australianos em risco de elevação do nível do mar e inundações costeiras até 2050, e mortes por calor aumentando mais de 400% em Sydney se o aquecimento ultrapassar 3°C, de acordo com a Avaliação Nacional de Risco Climático.
As perdas em valores imobiliários totalizariam 611 bilhões de dólares australianos (cerca de R$ 2,1 trilhões) até 2050, com a migração de pessoas de áreas de alto risco, acrescentou o relatório.
Famílias desfavorecidas, povos aborígenes e das ilhas do Estreito de Torres, e aqueles com problemas de saúde preexistentes, enfrentam os maiores riscos à medida que os perigos climáticos se intensificam.
A segurança alimentar e hídrica também será prejudicada, pois as secas reduzem a produtividade das colheitas e o aquecimento dos mares e a acidificação aceleram o branqueamento dos corais na Grande Barreira e nos recifes de Ningaloo, afirmou o relatório.
"As descobertas destacam que a adaptação a esses riscos não é mais opcional, mas um requisito urgente, especialmente considerando que os riscos não ocorrem isoladamente, mas se espalham por vários setores, o que está amplificando os impactos", disse Martina Linnenluecke, diretora do Centro de Risco Climático e Resiliência da Universidade de Tecnologia de Sydney.
Fonte: Folha de S. Paulo

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