14/02/2019
O fundo do mar esconde muitas riquezas e, entre tesouros e navios naufragados, há também casos de objetos ´inusitados´, que são encontrados quando, após muito tempo transitando no mar e sendo arrastados por correntezas, aparecem na costa. No litoral de São Paulo, equipes que fazem monitoramento nas praias selecionaram, a pedido do G1, o que de mais diferente encontraram durante o trabalho nas últimas semanas.
Equipes do Instituto Gremar, que fazem monitoramento contínuo das praias de Bertioga até São Vicente, encontraram em uma de suas manhãs de busca por animais marinhos a carcaça de um carro. O material foi encontrado na praia Indaiá, em Bertioga, no último dia 6 e, de acordo com integrantes da equipe que fizeram o registro do ´lixo´, o carro parecia estar queimado.
Não foi possível levantar se ele havia caído de algum contêiner ou se foi jogado no mar após ser utilizado para a prática de roubo. Em casos como esse, a equipe faz o registro fotográfico e as equipes de limpeza urbana da prefeitura fazem a remoção do objeto.
De acordo com a professora do curso de Gestão Ambiental da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), Técia Bergamo, alguns materiais presentes na composição de um automóvel podem demorar mais de mil anos para se decompor. "O aço demora cerca de 10 anos, o alumínio mais de mil anos, o vidro é milhares de anos. Estamos em um cenário de aumento de pressão sobre esse ambiente que já está fragilizado", conta.
Outro objeto inusitado encontrado por equipes do Gremar foi uma geladeira. Os restos do eletrodoméstico foram achados na praia do Itararé, em São Vicente. Para a professora, o despejo desses materiais no mar traz danos para a saúde de animais e também de seres humanos. "Toda essa poluição do ecossistema gera diminuição da qualidade da água e mortalidade para os animais marinhos, pois algumas espécies confundem pequenos objetos com alimentos. É um risco".
Dentaduras, televisões e sofás também já foram achados por equipes do Gremar, que alerta para os perigos que esses objetos podem oferecer para os animais marinhos. "Qualquer tipo de lixo jogado no mar é poluente e oferece riscos. Tudo que é jogado é mais um item poluidor dentro dos diversos que encontramos diariamente", conta a bióloga e responsável técnica do Instituto Gremar, Rosane Farah.
As equipes do Biopesca, que monitoram diariamente 75 quilômetros de praias dos municípios de Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe, também já se depararam com lixos ´inusitados´ no mar. Brinquedos de plástico, assentos para vasos sanitários e bolinhas de enfeite de Natal são alguns dos itens encontrados.
Saiba mais no G1
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