
12/06/2025
Pesquisadores desenvolveram uma nova solução para substituir o cimento na solidificação do solo, utilizando resíduos industriais como vidro reciclado e restos da construção civil. Essa inovação resulta em um material com baixo teor de carbono, oferecendo uma alternativa mais sustentável para a construção civil.
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, os setores de construção e meio ambiente são responsáveis por cerca de 37% das emissões globais de gases de efeito estufa. O cimento, em especial, é um dos principais vilões, contribuindo com 8% dessas emissões, conforme dados do Fórum Econômico Mundial.
Tradicionalmente, o cimento é utilizado de forma ampla para solidificar solos em obras como fundações e bases de estradas, melhorando a resistência, compactação e impermeabilidade do solo. No entanto, uma equipe japonesa de cientistas propôs uma alternativa utilizando sílica terrestre — um ativador alcalino derivado do vidro reciclado — e pó de corte de revestimento (SCP), um subproduto gerado pela indústria da construção. Os resultados do estudo foram publicados na revista Cleaner Engineering and Technology.
“Esta pesquisa marca um avanço importante na área de materiais sustentáveis para construção”, declarou Shinya Inazumi, professor da Faculdade de Engenharia do Instituto de Tecnologia de Shibaura e autor principal do estudo. “Aproveitando dois resíduos industriais, conseguimos criar um solidificador de solo que atende aos padrões do setor e contribui para mitigar os problemas causados pelos resíduos da construção e pelas emissões de carbono.”
A pesquisa destaca que há uma grande disponibilidade de SCP, já que 94,1% desse resíduo gerado na fabricação de paineis de revestimento acaba sendo descartado. Além de ser um material durável e sem cimento, o novo solidificador pode reduzir custos no ciclo de vida das construções, embora os pesquisadores ressaltem a necessidade de estudos adicionais sobre análise de custos e impacto ambiental ao longo do tempo.
“Inovar com um solidificador geopolímero produzido a partir de resíduos facilmente acessíveis significa não apenas oferecer uma solução sustentável de engenharia, mas também repensar o valor dos subprodutos industriais em um cenário de recursos limitados”, explicou Inazumi.
Durante os experimentos, os cientistas identificaram a presença de arsênio no vidro reciclado, mas conseguiram neutralizar esse risco ambiental ao adicionar hidróxido de cálcio, que estabiliza os compostos tóxicos presentes. “A sustentabilidade deve sempre garantir a segurança ambiental”, reforçou Inazumi.
O material desenvolvido pode ser aplicado em diversas situações, como estabilização de solos em pontes, rodovias e fundações, sendo especialmente eficaz em solos argilosos. Além disso, pode ser usado para produzir blocos sólidos e duráveis, substituindo o concreto e os tijolos em construções, e é indicado para intervenções rápidas em emergências.
“A utilização de subprodutos industriais como SCP e sílica terrestre não só reduz a emissão de carbono, mas também soluciona problemas de gerenciamento de resíduos na construção civil”, concluíram os pesquisadores. “A versatilidade e possibilidade de expansão desses materiais indicam um futuro promissor para sua aplicação em projetos geotécnicos diversos.”
Fonte: CicloVivo

ONG alemã que opera no Brasil faz transações milionárias com uma das aves mais raras do mundo
12/06/2025
Amazônia tem segundo aumento consecutivo de desmatamento
12/06/2025
Brasil não assina apelo por ´tratado ambicioso´ contra poluição plástica
12/06/2025
Mundo registra 2° maio mais quente da história e gelo na Groenlândia derrete 17 vezes mais rápido
12/06/2025
Cimento sustentável feito com vidro reciclado e resíduos
12/06/2025
Mundo teve o segundo mês de maio mais quente da história, diz observatório europeu
12/06/2025