
25/09/2025
Duas tartarugas marinhas de espécies distintas foram encontradas mortas em menos de 48 horas no "fundo" da Baía de Guanabara, na altura de Mauá, distrito de Magé, na Baixada Fluminense. No domingo (21), moradores da região avistaram um dos animais nas areias da Praia da Coroa. Já na segunda-feira (22), pescadores encontraram outra tartaruga nas águas do Parque Natural Barão de Mauá, área de preservação ambiental que também conta com a atuação do Projeto águas da Guanabara. Os casos despertam preocupação na comunidade local.
— A gente já perdeu a conta de quantas tartarugas mortas encontramos nos últimos meses. Elas acabam se machucando em redes de arrasto ou por outros fatores ambientais. É revoltante ver isso acontecer — desabafou um pescador da região, que preferiu não se identificar.
Segundo moradores e pescadores, após o registro dos dois episódios em tão curto intervalo de tempo, foi feita uma denúncia ao Linha Verde, canal anônimo de crimes ambientais criado pelo Disque Denúncia do Rio de Janeiro.
Procurada, a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) informou que o caso está sob investigação.
De acordo com Elaine Cristina, coordenadora do Projeto Águas da Guanabara, que realiza limpeza três vezes por semana na região, o aparecimento de animais mortos chama a atenção, assim como o acúmulo de resíduos flutuantes e redes de pesca abandonadas nos manguezais.
Nos últimos três anos, o projeto — que reúne cerca de 200 colaboradores — já retirou 1,5 tonelada de lixo das águas e da orla da baía.
— Nosso trabalho é limpar, monitorar e proteger, mas estamos enxugando gelo. A cada semana surgem novas ameaças: lixo e animais mortos. A situação está se agravando, e precisamos de atenção para preservar a vida marinha — afirmou Elaine.
Ela destacou ainda que as tartarugas marinhas têm papel essencial no equilíbrio dos ecossistemas costeiros, ajudando a manter pradarias de algas, recifes e controlando populações de outros organismos.
Segundo o pesquisador Nathan Lagares, do Instituto Mar Urbano, os animais encontrados pertenciam a espécies diferentes: uma tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) e uma tartaruga-verde (Chelonia mydas), ambas comuns na região.
— Para sabermos a causa da morte, seria necessário realizar uma biópsia. É possível que tenham morrido em decorrência da poluição, mas também pode ter sido por processo natural — explicou o pesquisador.
Ele ressaltou que, embora não seja raro encontrar tartarugas mortas na Baía de Guanabara, a situação reforça a necessidade de estudos detalhados. O biólogo Douglas Nemes concorda e acrescenta, que compreender o modo de vida das espécies encontradas ajuda a entender a importância delas na região.
— A tartaruga-cabeçuda vive na Baía de Guanabara e se reproduz ao largo da costa. Ela é carnívora e se alimenta de crustáceos, mexilhões e outros invertebrados. Já a tartaruga-verde, quando adulta, é herbívora. As duas espécies podem ser facilmente avistadas em locais como Flamengo, Marina da Glória, Urca e Praia do Leme, principalmente onde há costões rochosos saudáveis — explicou Nemes.
Fonte: Extra

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