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Amiga da vida marinha: ambientalista brasileira de 8 anos protagoniza filme internacional premiado

25/09/2025

"Eu gostava mesmo era de catar plástico, não de filmar. Mas agora, que estou maior, até gosto da câmera", conta a ambientalista Nina Gomes, de oito anos, sobre as gravações do documentário "Green SuperHeroes 2030", que estreia em Los Angeles, nesta quinta-feira. A menina, que foi vencedora do prêmio Tatuí de Ouro, do Instituto Aqualung — por ter sido a criança mais jovem a auxiliar na limpeza da Praia de Copacabana —, é a única brasileira no elenco, composto por dez jovens que atuam pela preservação da natureza em seus países.
O filme, dirigido pela espanhola Los Angeles Barea, já conquistou oito prêmios internacionais, entre eles o Green Apple Environment Award, um dos mais relevantes para o reconhecimento de iniciativas ambientais. A obra chega ao Prime Video dos Estados Unidos na próxima terça-feira, mas, até o momento, não há previsão de estreia no Brasil.
Apesar de ter demonstrado certa resistência em participar das gravações do projeto, há três anos, Nina admite que está "super feliz" ao saber que inúmeras pessoas poderão conhecer sua história. Filha do biólogo Ricardo Gomes, presidente da ONG Instituto Mar Urbano, ela aprendeu a mergulhar com apenas 1 ano e meio e, aos 4, já havia vencido o Prêmio Hugo Werneck como "Melhor Exemplo de Influenciadora Ambiental", e recebido o selo Agente Verde da Comlurb.
Segundo Ricardo, a menina começou a se interessar pelo mar e a vida marinha ainda muito pequena:
— Aos 2 anos ela fez seu primeiro mergulho noturno, na Ilha Grande. Nesse dia ficamos na água por mais de uma hora e a Nina se recusava a sair do mar. Enquanto tantas pessoas mais velhas tem medo da água, ela sempre amou essas aventuras.
Em 2020, Nina chegou a ser apelidada pela imprensa francesa como Greta Thunberg dos oceanos, após viralizar na internet com um vídeo em que aparecia catando plásticos no mar de Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. Na época, a família da menina, que tinha apenas três anos, presenciou a criação de novas ações em prol da vida marinha em diversos países do mundo.
— As pessoas se uniam e iam para as praias fazer limpeza, porque se inspiraram no vídeo da Nina. A imagem dela coletando plásticos no fundo do mar sensibilizou muita gente — relembra o biólogo.
Os frutos conquistados pela popularização da menina impulsionou a criação do projeto Guanabara Verde, uma ação entre as ONGs Instituto Mar Urbano e Guardiões do Mar, voltada para o reflorestamento da Área de Proteção Ambiental de Guapimirim.
— Hoje, a muda de árvore plantada pela Nina já tem 7 metros de altura e o espaço se tornou uma floresta de mangue, com 30,5 mil árvores — celebra Ricardo, que relembra o método utilizado para recuperar a fauna e flora local. — Para reflorestar o espaço, contratamos vários catadores de caranguejo. Agora, esses mesmos profissionais já podem catar os caranguejos no local que ajudaram a reflorestar.
Mesmo sendo totalmente comprometida com a preservação da vida marinha, os pais trabalham juntos para equilibrar a rotina, a fim de que a infância de Nina seja respeitada.
— Prezamos e respeitamos a privacidade dela. Tudo que ela faz, em relação ao ambientalismo, é porque ela quis fazer. Sempre priorizamos o lado criança.
Para Nina Gomes, a presença do pai a ajuda a ter coragem para desbravar o oceano durante as coletas de plástico. — Quando estamos remando juntos, me sinto bem, segura. Ainda tenho medo de remar sozinha... Vai que aparece algum bicho? — pondera a pequena, que apesar de temer, é apaixonada pela beleza dos animais marinhos.
Feliz por auxiliá-la durante as ações, Ricardo admite que também vê a filha como uma referência. — Nós deixamos de agir por achar que nossas atitudes não são capazes de fazer a diferença. Pensamos que o aquecimento global não tem jeito, que nada é solucionável. No entanto, com histórias como as da Nina, percebemos que ainda podemos reverter os impactos das mudanças climáticas, apenas precisamos de símbolos, exemplos, e utilizar a ciência a nosso favor.
Nina, que se entristece ao saber que há quem não se importe em preservar a vida marinha, já compreende que muitas práticas nocivas ao meio ambiente são provocadas pela ignorância. — Nem sempre as pessoas fazem por mal, às vezes nem sabem que vão poluir — explica ela, que conscientiza aqueles que estão ao redor através do seu amor pela natureza.
Para quem têm medo do mar e prefere não participar das coletas nas praias, a menina aproveita para deixar um conselho.
— A poluição acontece por nossa causa. Então, se não superarmos o medo, logo teremos mais lixo que peixes no oceano.

Fonte: O Globo

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