
29/04/2025
O verão de 2024 foi o mais quente em 2.000 anos na região da Lapônia, que se estende pelo norte da Finlândia, Noruega, Suécia e partes da Rússia. O aumento de temperatura ocorreu devido às mudanças climáticas, informou o Instituto Meteorológico Finlandês nesta segunda-feira (28).
"A temperatura média no último verão na Lapônia [...] foi a mais alta, tanto com base em observações diretas desde o final do século 19 até agora, quanto nas chamadas ´observações indiretas´ de anéis de árvores, a série mais longa, que remonta a 2.000 anos", disse Mika Rantanen, pesquisador do Instituto Meteorológico Finlandês.
O local é conhecido no mundo todo por ser chamado de a terra do Papai Noel. Na cidade de Rovaniemi, na Finlândia, fica a vila que é atração turística.
Rantanen citou um estudo conduzido pelo Instituto Meteorológico Finlandês e pelo Instituto de Recursos Naturais, publicado na revista científica americana Nature, que mostra que o verão de 2024 na cidade de Sodankyla, no norte da Finlândia, foi quase 2,1°C mais quente devido às mudanças climáticas, causadas pela atividade humana.
A temperatura média de junho a agosto de 2024, de 15,9°C, superou o recorde anterior, estabelecido em 1937, em 0,4°C.
Segundo o estudo, as mudanças climáticas aumentaram a probabilidade de verões excepcionalmente quentes em cerca de cem vezes.
"Se não houvesse mudanças climáticas, o que aconteceu no verão passado teria sido um evento muito, muito, muito raro, que ocorre apenas uma vez a cada 1.400 anos", observou Rantanen.
"No clima atual, no entanto, é provável que um verão como esse ocorra a cada 16 anos", acrescentou.
Rantanen alertou que a Lapônia evolui "além da margem de variação" devido ao aumento das temperaturas naquela área.
Isso leva a ondas de calor mais frequentes, a incêndios florestais e ao aumento do esverdeamento da tundra, o que provoca mudanças irreversíveis nos ecossistemas do Ártico.
Em comparação com outras partes do planeta, a região do Ártico aqueceu quatro vezes mais rápido desde 1979, de acordo com um estudo publicado na Nature em 2022.
"Descobrimos que, até 2050, um verão tão quente quanto o do ano passado poderá ser tão comum que ocorrerá a cada quatro anos", disse Rantanen, que pediu cortes nas emissões de gases de efeito estufa, o principal fator responsável pelas mudanças climáticas.
Veja as ilustrações explicativas acessando a Folha de S. Paulo

Niterói terá maior área de plantio urbano de frutas do país, diz prefeitura
29/04/2025
Ilha Grande retoma produção industrial de vieiras, ostras e algas com apoio de projetos ambientais
29/04/2025
Saiba quais são as cidades mais arborizadas do Brasil
29/04/2025
Besouros podem construir abrigos para várias espécies
29/04/2025
Ataques de onças contra humanos são considerados raros; saiba como evitá-los
29/04/2025
Fundo de US$ 20 bi pode ser alternativa ao petróleo na Amazônia
29/04/2025